Outros Tempos

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Aquela peculiar "Casa"...







Somos construções, albergues de corpos mortos e azuis, ou vivos e amarelos.
 
Toda a historia é uma contracção, pela qual cada elemento é formado pelas nossas experiências.




A casa? Essa, está algures num campo complexo.

No seu redor ficam os arvoredos velhos, sábios e malandros. Ramos a crescer inocentes, e flores com medo de morrer.




No sopé, passa o rio, rápido e inconstante, o tempo. banha as pedras, pedras na vida, dores que os nossos pés calcam, nessa viagem para resgatar as memorias de outras experiências presenciadas, em direcção ao rio. Ninguem nos mandou andar descalços. nus.

Esquecemos no rio. Ele limpa tudo.




O rio começa

O rio corre

O rio desagua.

E começa de novo




dentro do panorama geográfico e holográfico os animais que também persistem neste e no outro mundo, o real, eles dominam dominando-se mutuamente. Raca ruim esta.




"os réis desta selva"




A casa era de madeira, foi de cinzento, e será de vidro.

É um processo partilhado por todos nós elementos, casas.




Todos nos temos uma... Esta por sua vez é a terra do nunca onde só lá vai quem é convidado, de uma forma o de outra. Situações complicadas tendem a acontecer quando convidamos alguém não tão bem intencionado. A casa sofre.




Vivemos deixando as janelas abertas, e quando chove recebemos a corrosão que nos deixa vulneráveis, desconfortados, frios. Quando o sol brilha deixa-mos que abrace as nossas casas, mas o tempo tende a aparentar sempre curto quando dele se gosta, e as nuvens tomam lugar daquela estrela. Esses são dias escuros - cinzentos.




Podemos ainda assim não viver sozinhos. Limitados a esses espaço, até porque as casas não tem de ter moeda que a compre muito menos senhorios que as guardem. Elas são propriedade de ninguém, ninguém as devia escandalizar.




Não te vou convidar para vires a minha casa,

Quero anexar a tua á minha...

Construir mais um andar. Unificar as nossas paredes.

Quero partilhar todo o que a "Casa" envolve.




Não vivemos sozinhos...




A nossa "Casa" agora.

A porta. Fechada, aberta para nós (detentores desta única chave que mandamos fazer - o Amor). As janelas para que o sol entre e nos venha dar as boas novas, ou a chuva que nos impede de vir viver o mundo exterior, outras casas. A cozinha polvilhada de aromas. A sala confortável para sessões impessoais. A casa de banho e outras intimidades despidas.

E aquele quarto - escuro/surpresa/encontro-quente abrigo de cinemas, sala de música. de cigarros e outros fumos ascendentes.




No quarto de olhos abertos atentos. No quarto de olhos fechados, ardendo.

No quarto brincando, vivendo.

No quarto chorado quando lá fora está mau tempo.




A casa era de madeira, com a a exposição aos elementos naturais da vida tornou-se vestiu-se de cinzento, de modo a aguentar as investidas sofridas.




A gora a "Casa" já não é minha, também não é tua.

É de vidro, é transparente, porque não existem segredos que a
dividam.

É nossa!

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