Outros Tempos

segunda-feira, 12 de abril de 2010

~ tudo muda ~ pouco se conhece

"Fodasse, caralho, merda... Amo-te!"


 Tudo muda, rude é inconstante na consistência do momento.

 O ódio e o amor não são assim tão diferentes... Ambos exigem muito de uma pessoa.

Alguém que sabe amar e odiar pintou sobre uma tela vermelha, tinta preta.

romance, misterio, comedia e drama



Estou a escrever um livro.

Ninguém desconfia. é um subgenero - romance, misterio, comedia e drama.

Começou com uma folha, lisa, simples, aberta. Era bastante convidativa e eu pensava que ela tinha mais para me dizer do que eu alguma vez imaginava. Eu tinha nessa altura uma caneta, as minhas mãos termião de um nervosismo maravilhosamente estranho, quase que abstracto. Nessa altura estava carregado de tinta. A minha caneta estava cheia, eu queria dar tinta, era tinta de mais e a folha sorria para mim...

Foram pequenas conversas, que iniciaram a pagina, primeiras impressões que de nada asavam se não de apresentações sem segundas intenções.

Foi uma troca compensadora.
Na verdade as folhas servem para serem marcadas, ela era uma folha. Na verdade as canetas servem para marcar e eu era uma caneta.

Escrevemos a primeira folha. "De onde veio esta folha vem mais" disse me ela, eu sorri, ainda tinha muita tinta para escrever.

... Então marcamos continuar noutro dia. Passou a ser rotina. Agora era um projecto a 2, estávamos a escrever algo muito mais, muito maior...

Pouco a pouco este livro tirou mais que acreditava poder tirar, e porque agora não havia volta atrás, pois o tempo foi comido pelo outro tempo, aquele que passávamos horas em frente um do outro, em que eu escrevia na sua pele escura com o maior dos cuidados para não me enganar, para não a enganar. Com todas as intenções exceptuando de machucar suas pontas. Com toda a precisão para poder rasgar parâmetros sempre sem rasgar pedaços.

As horas do jantar em frente ao monitor. Cafés as escondidas para angariar mais espaço para os nossos poemas. Deposito de confiança, poço de carinho. Manhas acordadas demasiado sedo , demasiadas tardes e aulas perdidas pela folha.

Houveram vezes em que eu tocava a sua face com o bico afiado e todo o carinho de quem não quer magoar, só conhecer. Por vezes magoava-me, as vazes magoava-a.

Era bom quando atinta escorria e sobre cada espaço já preenchido daquela folha ela produzia o mais peculiar dos sorrisos.
O mais intimo dos momentos quando soprava levemente no seu pescoço para secar o licor agri/doce.
O mais sensível momento quando com gestos e palavras em pensamento escrevia nas suas costas: - "gosto de ti", sem ela saber, talvez imaginasse...

Escreve-mos muito mais que uma folha, escrevemos algumas folhas...
apresentações e vergonhas agora para traz, cheios de verdades de sentimento e sinceridade i

Uma nova aproximação

Decidimos contar aos outros: Estamos a escrever um livro. Eles já sabiam. Como podiam não desconfiar?


Tínhamos incido um novo capitulo. Eu já não era mais uma caneta e ela uma folha, os papeis haviam sido invertidos, talvez partilhados, escreve-mos mutuamente em nossos corpos, deixa-mos que cada autor desse uma palavra.

"Um livro a duas mãos com a pessoa certa", pensei.


Os que sabem

Ficha Informativa

Caldad da Rainha, Leiria, Portugal